A fotossíntese é um processo vital para a maioria das plantas, pois é por meio dela que elas obtêm energia. Tradicionalmente, aprendemos que esse fenômeno depende da luz solar.
No entanto, avanços científicos recentes estão desafiando essa ideia. Pesquisadores identificaram microalgas no Oceano Ártico que conseguem realizar fotossíntese em condições de quase total escuridão.
O achado ocorreu a 50 metros de profundidade, onde a luz solar quase não chega. Essa descoberta intriga a comunidade científica, pois sugere que a fotossíntese pode ocorrer com quantidades mínimas de luminosidade.
Por sua vez, essa nova compreensão pode ter implicações significativas, especialmente na agricultura.
Quantidades mínimas de luz para fotossíntese
Para medir a luz disponível nessa profundidade, cientistas usaram sensores especializados. Os resultados foram surpreendentes: apenas 0,04 micromoles de fótons m⁻²/s⁻¹.
Esse valor está muito abaixo do esperado, considerando que um dia ensolarado normalmente registra entre 1.500 e 2.000 micromoles de fótons.
Microalgas do Ártico são capazes de realizar fotossíntese com pouca ou quase nenhuma luz. – Imagem: Dreamstime/Reprodução
Essa diferença impressionante levanta questionamentos sobre a adaptação de outras espécies vegetais a condições de baixa luz. Uma investigação mais aprofundada pode revelar se plantas alimentícias podem se beneficiar dessas características.
A possibilidade de adaptar plantas agrícolas para a fotossíntese em baixa luz pode revolucionar o cultivo em ambientes fechados. Atualmente, esses ambientes demandam muita energia e são custosos. Se as culturas puderem prosperar com menos luz, os custos de energia para iluminação artificial podem ser reduzidos.
Além de cortar custos, essa adaptação reduziria as emissões de carbono associadas à produção agrícola. Em um contexto de sustentabilidade, tais avanços são extremamente desejáveis, podendo também contribuir para futuras explorações espaciais e assentamentos em outros planetas.
Perspectivas futuras
- Reduzir custos de energia na agricultura;
- Diminuir emissões de carbono;
- Aprimorar conhecimento para missões espaciais.
As microalgas do Ártico nos ensinam que a natureza ainda guarda muitos segredos sobre a fotossíntese.
Compreender a capacidade das plantas de sobreviverem com menos luz pode abrir novas fronteiras para a ciência e a agricultura, melhorando a sustentabilidade no planeta.