Em 2023, a produção de leite no Brasil atingiu 35,4 bilhões de litros, marcando um incremento de 2,4% em relação ao ano anterior. Esse crescimento ocorreu após um período de retração, refletindo a complexidade do setor leiteiro no país.
Mesmo diante de desafios como a importação crescente de lácteos e a saída de pequenos produtores, a pecuária leiteira se mantém como uma importante atividade econômica nacional.
Em paralelo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente a Pesquisa Pecuária Municipal, revelando dados relevantes sobre o cenário leiteiro do ano passado.
Com destaque para as regiões e estados com maior produção, o levantamento também aponta para mudanças na estrutura produtiva do setor.
A relevância do leite como alimento e sua contribuição para a economia são indiscutíveis, porém, o setor enfrenta pressões significativas.
Crescimento da produção e importações
O crescimento de 2,4% na produção de leite em 2023 revela uma recuperação do setor, ainda que o número de vacas ordenhadas tenha diminuído ligeiramente, em 0,1%. Esse aumento deve-se principalmente à melhora na produtividade, com investimentos em tecnologia e genética.
No entanto, a importação de lácteos alcançou níveis alarmantes. O Brasil importou o equivalente a 2,2 bilhões de litros de leite, um aumento de 68,8% em relação a 2022, pressionando os preços internos.
O preço médio caiu de R$ 2,31 para R$ 2,27 por litro, impactando negativamente os produtores.
Imagem: Freepik/reprodução
Regiões líderes na produção
A Região Sul se destaca como o maior polo produtor de leite, responsável por 33,6% da produção nacional. Os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina somaram 11,9 bilhões de litros em 2023.
Minas Gerais, por sua vez, lidera individualmente com 9,4 bilhões de litros, representando 26,6% do total nacional.
A Região Nordeste também apresentou crescimento expressivo, com 6,3 bilhões de litros, um aumento de 10,4%, impulsionado por estados como Pernambuco e Alagoas.
Entre os municípios, Castro, no Paraná, se manteve como o maior produtor, com 454 milhões de litros. Carambeí, também no Paraná, e Patos de Minas, em Minas Gerais, seguem no ranking.
- Castro (PR) – 454.018 mil litros;
- Carambeí (PR) – 269.875 mil litros;
- Patos de Minas (MG) – 211.111 mil litros;
- Patrocínio (MG) – 144.551 mil litros;
- Lagoa Formosa (MG) – 134.410 mil litros.
Avanços em produtividade
A produtividade média nacional aumentou significativamente ao longo da última década. Em 2023, a média foi de 2.259 litros por vaca ao ano, um avanço notável. Minas Gerais lidera esse crescimento, alcançando 3.094 litros por vaca, um aumento de 91,8% desde 2014.
O valor total da produção leiteira no Brasil foi de R$ 80,3 bilhões em 2023, com Minas Gerais à frente dos estados, apesar de uma queda de 6,0% no valor gerado.
O setor leiteiro brasileiro segue encarando desafios, mas a melhoria na produtividade e a liderança de algumas regiões e municípios indicam um caminho positivo.
A capacidade dos produtores em enfrentar pressões internas e externas será crucial para sustentar o crescimento e garantir competitividade no mercado global.
