O auroque, uma majestosa criatura da antiguidade, percorreu paisagens variadas desde o norte da África até as vastas estepes da Europa. Sua jornada começou há cerca de 320 mil anos na Ásia, antes de atravessar para a Europa.
Estes ancestrais dos bovinos atuais foram domesticados há aproximadamente 8 mil anos, embora nunca tenham sido completamente subjugados pelo homem. Diferentes civilizações, como os egípcios, criaram estes animais em regiões estratégicas.
Nas margens do Mar Cáspio, no Irã, e às margens do rio Nilo, o auroque foi crucial para o desenvolvimento agrícola. No entanto, sua presença durou até 1627, quando o último exemplar foi visto na Floresta de Jaktorów, Polônia.
Auroque, o pai de todos o bovinos conhecidos hoje.- Imagem: Freepik/Reprodução
Características físicas e extinção
O auroque possuía um tamanho impressionante, comparável aos bovinos atuais. Touros podiam chegar a 180 cm de altura, com chifres que ultrapassavam 75 cm. Sua pelagem escura e chifres curvados eram marcantes.
A cor dos touros era preto-marrom, enquanto as vacas exibiam um tom marrom avermelhado. O úbere pequeno das vacas era uma característica distintiva. Embora amplamente distribuído, a caça intensiva contribuiu para a extinção da espécie.
Os auroques foram amplamente encontrados na Europa, mas sua extinção ocorreu em diferentes momentos. Na Itália, desapareceram no início de nossa era, enquanto em Jutland, Dinamarca, os últimos registros datam do nascimento de Cristo.
Nos Países Baixos, restos de auroques são encontrados após 400 a.C. A presença do auroque na Bélgica é menos documentada. Na França, relatos de caçadas persistiram até 1000 d.C., sugerindo migrações da Alemanha e Suíça.
Discussões genéticas e nomenclatura
Estudos recentes indicam que o Bos primigenius e o Bos taurus pertencem à mesma espécie, resultando em uma mudança de nomenclatura em 1993. Essa alteração gerou debates, especialmente sobre a identidade dos animais domesticados.
Apesar das críticas, a mudança de nome reflete avanços no entendimento genético. Especialistas defendem exceções para animais domesticados, preservando suas raízes históricas e biológicas.
O auroque permanece uma figura intrigante na história dos bovinos, destacando-se como uma ponte entre o selvagem e o domesticado. Sua história nos lembra da complexidade das interações entre humanos e a natureza ao longo dos tempos.