Uma nova ameaça surge no horizonte da agricultura brasileira com a descoberta do Bidens mottle virus (BiMoV) em Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo. Identificado pela primeira vez em 2020, o vírus foi encontrado em plantas como zínia e picão-preto, próximas a cultivos de maracujá.
O BiMoV, transmitido por pulgões, não apenas afeta a saúde das plantas, mas também gera preocupações sobre seu potencial impacto em cultivos comerciais.
Pesquisadores da Esalq e da Unesp destacam a importância de monitorar sua presença em culturas como alface, chicória e girassol, de grande relevância econômica.
Novo vírus ameaça agricultura brasileira – Imagem: Bits And Splits/Shutterstock
O que é o BiMoV e como ele se espalha?
O BiMoV, um vírus da família dos potyvírus, foi identificado pela primeira vez em plantas de zínia e picão-preto, apresentando sintomas como mosaico foliar, deformações e alterações de cor.
A principal forma de transmissão ocorre através da picada de pulgões, que atuam como vetores, transportando o vírus de uma planta infectada para outra saudável.
Quais os riscos para a agricultura?
Embora os estudos ainda estejam em andamento, os pesquisadores alertam para os potenciais danos que o BiMoV pode causar às plantações. A infecção pelo vírus pode levar à redução do crescimento das plantas, diminuição da qualidade dos frutos e, em casos mais graves, à morte das plantas.
A preocupação com a disseminação do BiMoV se justifica pela importância econômica das culturas que podem ser afetadas. Alface, chicória e girassol são alimentos amplamente consumidos pela população brasileira e sua produção representa um importante setor da economia agrícola.
Medidas para conter a disseminação
Diante dessa nova ameaça, a comunidade científica e os produtores rurais devem unir esforços para conter a disseminação do BiMoV. Algumas medidas podem ser adotadas, como:
- Monitoramento constante das plantações: a realização de inspeções regulares nas plantações permite a detecção precoce de sintomas da doença e a adoção de medidas de controle;
- Controle de pragas: o controle eficaz de pulgões, principais vetores do vírus, é fundamental para evitar a disseminação da doença;
- Rotação de culturas: a rotação de culturas pode ajudar a reduzir a pressão de doenças e pragas, incluindo o BiMoV;
- Uso de sementes certificadas: a utilização de sementes certificadas e sadias reduz o risco de introdução do vírus nas plantações;
- Pesquisa e desenvolvimento: a realização de pesquisas contínuas é essencial para o desenvolvimento de novas variedades de plantas resistentes ao vírus e de métodos de controle mais eficientes.
Futuro da agricultura brasileira
A descoberta do BiMoV no Brasil representa um novo desafio para o setor agrícola. No entanto, com a união de esforços de pesquisadores, produtores e órgãos governamentais, é possível desenvolver estratégias eficazes para controlar a disseminação do vírus e minimizar os impactos na produção de alimentos.
A agricultura brasileira possui um grande potencial e a capacidade de superar desafios. Ao investir em pesquisa, tecnologia e práticas sustentáveis, é possível garantir a produção de alimentos de qualidade e em quantidade suficiente para atender às necessidades da população, mesmo diante de novas ameaças como o BiMoV.