A quantidade de galinhas no planeta atinge um impressionante número de 25 bilhões, representando o maior grupo de animais criados para a alimentação humana. No entanto, a prática cruel de eliminar cerca de 7 bilhões de pintinhos machos anualmente tem gerado crescentes preocupações.
Os pintinhos machos são mortos logo após o nascimento, pois não servem para a produção de ovos ou carne. Esse processo, realizado de forma manual e sem anestesia, é proibido apenas na Alemanha e na França, mas ainda prevalece em outros países.
Porém, uma nova técnica desenvolvida por cientistas israelenses promete mudar esse cenário. A inovação utiliza modificação genética para impedir o desenvolvimento de ovos masculinos quando expostos à luz azul.
Inovação científica promete reduzir sacrifício de pintinhos
A técnica de modificação genética em galinhas permite que ovos masculinos não se desenvolvam sob luz azul, enquanto as fêmeas não são afetadas por ela. Essa pesquisa, ainda sem publicação oficial, está em busca de avaliação pela comunidade científica para obtenção da patente da técnica.
A organização Compassion in World Farming, dedicada ao bem-estar animal, acompanhou o estudo nos últimos três anos. Peter Stephenson, porta-voz da organização, destaca a necessidade de verificar o impacto da técnica na saúde das fêmeas e na produção de ovos.
“O próximo passo importante é ver se a galinha e os pintinhos fêmeas que ela produz, que vão botar ovos para consumo humano, podem ter uma duração de vida comercial sem que quaisquer problemas inesperados de bem-estar surjam”, disse à BBC.
Desafios adicionais na produção de ovos
A indústria dos ovos enfrenta problemas que vão além da crueldade empregada na eliminação dos pintinhos machos. Os demais desafios enfrentados pelo setor são tão graves quanto esse e também estão relacionados ao bem-estar animal.
Condições limitadas nas granjas
O espaço restrito nas gaiolas representa um desafio sério. As galinhas vivem confinadas, sem espaço para se movimentar, o que gera estresse e lesões.
Além disso, as gaiolas são frequentemente empilhadas, aumentando o risco de contaminação por excrementos.
Bicos cortados e sem alimentação
Uma prática comum nas granjas é cortar os bicos das galinhas para que não se machuquem umas às outras.
Frequentemente, elas também são privadas de comida e água por dias, além de terem um destino tão cruel quanto o dos pintinhos quando param de produzir ovos.
Impacto na saúde animal
As condições precárias nas granjas contribuem para a disseminação de doenças como a gripe aviária, que preocupa as autoridades de saúde. Além disso, práticas como o corte de bicos e a privação de alimentos são comuns.
A busca por soluções mais éticas e sustentáveis na indústria de ovos continua. A técnica de modificação genética representa um passo promissor, mas desafios persistem. O objetivo é equilibrar eficiência e bem-estar animal em larga escala.