Nas últimas semanas, o setor frigorífico brasileiro tem enfrentado um cenário de margens de lucro em declínio. Este fenômeno ocorre em meio a um novo ciclo de alta no mercado do boi gordo, conforme observado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Em outubro, até o dia 16, a cotação média da arroba do boi gordo no Estado de São Paulo alcançou R$ 292,19. Isso representa um aumento significativo de 14,4% em comparação ao mês anterior.
Paralelamente, o preço da carcaça casada bovina na Grande São Paulo subiu 11,7%, chegando a R$ 20,05 por quilo.
Com a diminuição da diferença entre os preços no atacado e o valor pago ao pecuarista, as margens dos frigoríficos se comprimiram. Em setembro, a diferença era de R$ 15,19, caindo para R$ 8,10 em outubro.
As oscilações no mercado e a alta no preço do boi gordo – Imagem: PH888/Shutterstock
Desafios para os frigoríficos
Os frigoríficos estão encontrando dificuldades para manter margens lucrativas. Eles têm adotado estratégias, como a compra de bovinos em regiões mais distantes e o abate de fêmeas para exportação ao mercado chinês.
Contudo, a oferta restrita de animais prontos para abate continua a pressionar os preços.
Entre janeiro e setembro, a diferença média de preços entre o boi e a carne em São Paulo foi de R$ 12,76, atingindo um pico em junho. Na parcial de outubro, o indicador de preços do boi gordo avançou 9,5%, chegando a R$ 300,30.
Além de São Paulo, os Estados do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás também registraram aumento nos preços da arroba.
O valor ultrapassou R$ 290 nesses locais, com algumas negociações em Mato Grosso do Sul e Goiás atingindo R$ 300.
Implicações para o futuro
O mercado de carne bovina com osso no atacado da Grande São Paulo apresentou uma alta de 12,4% no mês, com o quilo alcançando R$ 21,01.
Este cenário, com indicadores alcançando valores inéditos desde fevereiro de 2023, sugere desafios contínuos para os frigoríficos nos próximos meses.