A França, conhecida mundialmente por seus vinhos, está prestes a implementar uma medida drástica: a destruição de 30 mil hectares de vinhedos. Essa decisão foi revelada pelo Ministério da Agricultura francês em 4 de outubro.
A União Europeia aprovou um financiamento de € 120 milhões para essa iniciativa. Cada produtor receberá € 4 mil por hectare removido, o que totaliza aproximadamente R$ 728 milhões, conforme a cotação atual.
A medida visa conter a superprodução e a consequente queda nos preços do vinho, afetando principalmente a região de Bordeaux. O país enfrenta uma queda acentuada na demanda global por vinho, forçando ações imediatas.
Causas e objetivos da medida
A principal razão para a destruição dos vinhedos é, conforme já referido, o desequilíbrio entre oferta e demanda. A redução visa evitar uma crise nos preços, já prejudicados pela redução do consumo global e pela concorrência acirrada.
Além disso, o plano prevê que o álcool dos vinhos eliminados seja destinado a usos industriais. Produtos como higienizadores e perfumes podem se beneficiar desse redirecionamento de recursos.
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Análise do mercado vinícola
Desde a pandemia, o mercado viticultor francês não conseguiu se recuperar completamente. As exportações da bebida caíram 10% no último ano, com destaque para a redução na demanda chinesa.
O consumo de vinho diminuiu significativamente também na Europa. França, Itália, Espanha, Alemanha e Portugal também registraram quedas de consumo, enquanto a produção no continente aumentou 4%.
Impacto e perspectivas futuras
A decisão de destruir parte dos vinhedos não é apenas uma resposta imediata à crise, mas também uma tentativa de reestruturação do setor. O governo incentiva os produtores a diversificarem suas atividades, buscando novas fontes de renda.
Com o plano em andamento, espera-se que o mercado encontre um novo equilíbrio. A medida, embora drástica, é vista como necessária para garantir a sustentabilidade da viticultura francesa a longo prazo.
*Com informações de Globo Rural.