O Fiagro, Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais, vem ganhando destaque no cenário econômico brasileiro. Desde sua regulamentação em 2021 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ele já captou R$ 4 bilhões em 2023.
Esse valor reflete o crescente interesse de investidores no setor, que representa quase 25% do PIB do país.
Com mais de 500 mil investidores, a expectativa é que esse número cresça ainda mais nos próximos anos. Projeções indicam que a arrecadação pode atingir R$ 12 bilhões em cinco anos. A promessa de alta rentabilidade, superior a aplicações tradicionais, é um dos principais atrativos do Fiagro.
Entretanto, especialistas alertam para os riscos. Fatores como clima e flutuações no preço das commodities podem impactar negativamente os retornos.
Ainda assim, a inovação do modelo de investimento, que se baseia na estrutura dos fundos imobiliários, continua atraindo novos adeptos.
3 categorias do Fiagro
Foto: Andrii Yalanskyi/Shutterstock
Os Fiagros são divididos em três categorias principais, cada uma com características específicas que atendem a diferentes perfis de investidores. Essas divisões ajudam a diversificar os riscos e as oportunidades dentro do mercado agroindustrial.
1. Fiagro FIDIC
Essa modalidade adquire créditos de produtores, proporcionando um ciclo financeiro mais eficiente com deságio menor. É ideal para produtores que necessitam de capital imediato, mas cujo recebimento está vinculado a prazos mais longos.
2. Fiagro-FIP
Os investidores se tornam sócios indiretos de empresas do agronegócio, fomentando o crescimento de empreendimentos estabelecidos e novos negócios.
Isso se assemelha à aquisição de ações em uma companhia, aumentando o capital disponível para o setor.
3. Fiagro-FII
Aqui, o foco é investir em imóveis e propriedades rurais, com ênfase no setor imobiliário agrícola. A exploração da terra, seja para cultivo ou arrendamento, garante o pagamento de dividendos aos investidores.
Vantagens e riscos
Entre as vantagens do Fiagro, destaca-se a isenção de imposto de renda sobre dividendos para pessoas físicas. Além disso, a flexibilidade de vender cotas e obter liquidez atrai muitos investidores. Contudo, é crucial considerar os riscos inerentes ao agronegócio.
Oscilações da taxa Selic podem afetar significativamente o desempenho desses fundos. Portanto, diversificar o portfólio e evitar a concentração excessiva em Fiagros são estratégias recomendadas por especialistas.
Os riscos incluem condições climáticas adversas e variações nos preços das commodities. A inadimplência em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) também é uma preocupação crescente, com um aumento de 535% nos pedidos de recuperação judicial por produtores rurais em 2023.
Apesar dos desafios, o mercado de Fiagros oferece oportunidades promissoras. Investidores devem estar atentos às mudanças regulatórias e às condições de crédito para maximizar os benefícios dessa modalidade de investimento.