O cantor Leonardo, de 61 anos, foi surpreendido na última segunda-feira, 7, ao ser incluído na “lista suja” do trabalho escravo. A inclusão ocorreu após uma operação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) identificar condições degradantes em sua propriedade, a Fazenda Talismã, localizada em Goiás.
O terreno, que está sob posse de Leonardo há duas décadas, foi palco de uma fiscalização que revelou a presença de seis trabalhadores que estariam em situação de grave vulnerabilidade. O cantor, que possui uma notória trajetória de vida humilde, expressou tristeza e surpresa com a vinculação do seu nome a tais condições.
A Fazenda Talismã, com mais de mil hectares, avaliada em R$ 60 milhões, destaca-se pela produção de pecuária bovina, abrigando mais de 5 mil cabeças de gado.
O local também conta com uma mansão luxuosa e diversas opções de lazer, como piscina, quadras esportivas e uma área de jogos.
Defesa de Leonardo
Leonardo manifestou-se publicamente, alegando desconhecimento sobre as práticas promovidas por um arrendatário na Fazenda Lakanka, área anexa à Talismã.
Ele ressaltou que sempre foi contra o trabalho escravo e que desconhece os indivíduos envolvidos nos acontecimentos.
“Surgiu um funcionário nessa fazenda que arrendei, que não conheço, nunca vi. […] Eu não conheço quem estava naquelas ‘casinhas’, quem os colocou lá”, explicou Leonardo.
O cantor afirmou que, apesar de ter respeitado o Ministério Público, a multa aplicada já foi paga e o caso arquivado.
Ainda segundo seu advogado, Paulo Vaz, todos os trabalhadores afetados foram indenizados, isentando Leonardo da responsabilidade direta sobre as condições encontradas.
Fazenda Talismã (Foto: Reprodução/YouTube/Virginia Fonseca)
Área externa da propriedade (Foto: Reprodução/YouTube/Virginia Fonseca)
Implicações legais
A “lista suja” é um cadastro mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego que divulga nomes de envolvidos em práticas análogas à escravidão. Em 2023, a fiscalização identificou condições precárias na Fazenda Lakanka, apontando que a limpeza e manutenção seriam responsabilidades do cantor.
Embora a área estivesse arrendada, a fiscalização considerou Leonardo como empregador, responsabilizando-o pelas condições irregulares. A defesa do cantor sustenta que o arrendatário deveria ser o único responsável, visto que as operações estavam sob seu comando.
O caso envolvendo Leonardo suscita debates sobre a responsabilidade legal em contratos de arrendamento e os impactos na imagem pública de figuras renomadas. O cantor reafirma sua postura contrária ao trabalho escravo, enquanto aguarda novos desdobramentos sobre sua inclusão na lista.