De acordo com o senso comum, a solução mais usual contra o desmatamento é plantar árvores. Contudo, essa prática, sem estudos aprofundados, pode trazer riscos consideráveis às florestas.
Especialistas alertam que apenas plantar árvores não basta para reverter os danos causados pela ação humana.
O que é preciso para salvar florestas, além de plantar árvores – Imagem: Nadine Melville/Shutterstock
As árvores, presentes na Terra há 400 milhões de anos, enfrentaram extinções massivas e eras glaciais.
Nos últimos três séculos, porém, 1,5 bilhão de hectares de floresta foram devastados. Isso gera preocupações sobre a perda de biodiversidade e a intensificação de desastres naturais.
Desmatamento traz desafios complexos
Só plantar árvores não resolve o problema do desmatamento porque provoca problemas como erosão do solo, perda de diversidade e aumento de surtos de doenças.
Apesar disso, entre 1990 e 2020, as florestas plantadas aumentaram de 170 milhões para 293 milhões de hectares globalmente. Essa expansão, por sua vez, não resolve os desafios ambientais enfrentados.
O ecologista Jake Robinson, em entrevista à revista Nature, questiona a eficácia do plantio de árvores como solução. Ele aponta que, sem diversidade, florestas plantadas correm riscos significativos.
É nesse cenário que monoculturas podem sucumbir a doenças que eliminam plantações inteiras.
O valor das florestas naturais
Se apenas plantar árvores não funciona contra o desmatamento, o que resolve, afinal? Robinson responde: investir na proteção de árvores jovens já existentes. Afinal, isso preserva espécies adaptadas ao ecossistema local.
Isso porque o rejuvenescimento natural das florestas conecta fragmentos isolados, fortalecendo a diversidade genética.
Aliás, estudos mostram que o rejuvenescimento das florestas aumenta a presença de invertebrados no solo. E, como se não bastasse, Robinson sugere que deixar florestas se regenerarem pode ser comparado ao “renascimento de uma fênix”, trazendo benefícios duradouros para o meio ambiente.