O aumento da popularidade do abacate na Europa e América do Norte fez a produção global triplicar em duas décadas. Embora este fruto seja conhecido por suas qualidades nutricionais, seu cultivo levanta preocupações ambientais significativas.
Originária da América Central e do Sul, a espécie prospera em climas quentes. A variedade Hass é a mais conhecida, derivada de uma única árvore plantada há quase um século.
O crescimento da demanda transformou o abacate em uma cultura de exportação, particularmente no México, onde os impactos ambientais são notáveis.
Nesse cenário, esse superalimento é famoso por seus ricos nutrientes, mas o cultivo em larga escala trouxe desafios ambientais.
Cultivo de abacate e impactos ambientais
A produção de abacates depende intensamente de fertilizantes e combustíveis fósseis, contribuindo para elevadas emissões de carbono. Em média, um quilo de abacate gera cerca de 2,5 kg de CO₂ equivalente, superando outras frutas, como bananas e maçãs.
O México, maior produtor mundial, também enfrenta desafios relacionados à irrigação em áreas com escassez de água. A fruta requer cerca de mil litros por quilo, impactando o acesso à água para as populações locais, especialmente aquelas que já sofrem com a sua falta.
Monoculturas de abacate substituíram plantios mistos, aumentando a vulnerabilidade a pragas e doenças em comparação ao plantio combinado. Isso resulta no uso elevado de pesticidas e fertilizantes, prejudicando a biodiversidade e a saúde humana.
Existe ainda a questão do desmatamento. Somente no estado de Michoacán, 25 mil hectares de floresta são desmatados anualmente para o cultivo de abacates. Esta região, rica em fauna, abriga espécies ameaçadas, como onças e pumas, que enfrentam um risco crescente.
Consequências sociais
Embora o comércio de abacates ofereça renda aos agricultores, as consequências ambientais afetam as comunidades locais. Problemas com crime organizado e direitos humanos já ocorreram no México devido ao cultivo em larga escala da espécie.
Para mitigar esses impactos, consumidores são encorajados a buscar abacates de comércio justo ou orgânicos. No entanto, as certificações podem ser caras, dificultando o acesso dos pequenos produtores e tornando a solução para o problema ainda mais complicada.
O abacate, embora menos impactante que produtos de origem animal, ainda representa sérios desafios ambientais. Buscar variedades alternativas ou reduzir seu consumo pode ser uma abordagem eficaz.
Outra opção é manter a fruta como iguaria, em vez de alimento básico, para ajudar a reduzir sua pegada ecológica.