O agronegócio brasileiro enfrenta uma crise sem precedentes, com o número de pedidos de recuperação judicial atingindo o maior patamar em 20 anos. Empresas do setor acumulam dívidas que superam R$ 12 bilhões, um aumento substancial comparado aos R$ 5 bilhões registrados em maio deste ano.
Esse cenário alarmante foi revelado por um levantamento do escritório Diamantino Advogados Associados e levanta preocupações sobre o resultado desses processos na economia do país.
Entre as principais empresas afetadas, destacam-se a Agrogalaxy Participações, com dívidas de R$ 4,67 bilhões em Goiânia (GO), e o Grupo Patense, que acumula R$ 2,15 bilhões em Patos de Minas (MG).
Outras organizações do setor também enfrentam desafios financeiros expressivos, evidenciando a gravidade da situação atual do agronegócio brasileiro.
Empresas em recuperação judicial
Os maiores pedidos de recuperação judicial no agronegócio foram identificados em vários estados brasileiros.
A lista inclui empresas como Sperafico Agroindustrial em Toledo (PR) e Usina Maringá e Indústria Comércio em Santa Rita do Passa Quatro (SP), com débitos de R$ 1,07 bilhão e R$ 1,02 bilhão, respectivamente.
Confira as 10 maiores recuperações judiciais do agro, o valor da dívida e a localização das empresas:
- Agrogalaxy Participações (R$ 4,67 bilhões) – Goiânia (GO)
- Grupo Patense (R$ 2,15 bilhões) – Patos de Minas (MG)
- Sperafico Agroindustrial (R$ 1,07 bilhão) – Toledo (PR)
- Usina Maringá e Indústria Comércio (R$ 1,02 bilhões) – Santa Rita do Passa Quatro (SP)
- Elisa Agro Sustentável (R$ 679,6 milhões) – Aruanã (GO)
- Usina Açucareira Ester (R$ 651,7 milhões) – Cosmópolis (SP)
- Grupo AFG (R$ 648,5 milhões) – Cuiabá (MT)
- Grupo Portal Agro (R$ 548,8 milhões) – Paragominas (PA)
- Grupo Libra Bioenergia (R$ 534,7 milhões) – Cuiabá (MT)
- Grupo Cella (R$ 327,6 milhões) – Cuiabá (MT)
Desafios enfrentados pelo setor
De acordo com Eduardo Diamantino, advogado especialista em recuperações judiciais, a situação do agronegócio é crítica.
Ele menciona uma “tempestade perfeita” composta por fatores como o excesso de estoques globais de alimentos, mudanças climáticas adversas, custos crescentes e a desvalorização das commodities.
A crise no agronegócio é considerada mais severa do que nos setores industriais e comerciais. Embora as dívidas em recuperação judicial nesses ramos sejam maiores, a sustentabilidade financeira do agronegócio está mais comprometida.
Dados da Serasa indicam que apenas 25% das empresas que solicitam recuperação judicial conseguem efetivamente se restabelecer no mercado.
Assim, o agro brasileiro enfrenta uma crise econômica significativa, enquanto as empresas do setor lutam para sobreviver em um ambiente desafiador.