Encontrar um cavalo rolando no chão, incomodado, é motivo de preocupação para qualquer criador. O que aparenta ser uma pequena agitação pode esconder algo mais sério: a cólica equina. Estima-se que no Brasil, essa condição afeta aproximadamente 580 mil animais ao longo da vida, sendo uma das principais causas de morte entre eles.
Conhecida também como síndrome cólica ou abdômen agudo, trata-se de uma emergência veterinária crítica. A cólica equina não só é responsável por prejuízos econômicos significativos, mas também pode afastar cavalos de suas funções habituais. Além disso, complicações como laminites (inflamação das lâminas do interior do casco) podem surgir, elevando os custos para os donos.
O que é cólica equina?
Cólica equina refere-se genericamente a qualquer dor abdominal em cavalos. Diversos tipos de cólica podem ocorrer, como cólica gasosa, obstrutiva e espasmódica. Conforme explica a veterinária Fernanda Ambrosino, da Ceva Saúde Animal, ao Estadão, os equinos possuem um sistema digestivo com particularidades que os tornam suscetíveis a essas dores.
A má alimentação, ingestão inadequada de alimentos e presença de parasitas são fatores comuns para a ocorrência da cólica equina. Dietas impróprias ou mudanças bruscas na alimentação frequentemente resultam em fermentação excessiva. Ademais, desidratação, produção de enterólitos e sedentarismo são outras causas potenciais.
Quais os sintomas de cólica equina?
Cólica equina é grave e comum, causando dor abdominal em cavalos; tratamento e prevenção são essenciais. – Imagem: Freepik/Reprodução
Sintomas comuns
- Inquietação, como deitar e levantar repetidamente
- Rolar no chão ou esticar o corpo de forma contínua
- Falta de apetite
- Sudorese excessiva
- Mordidas no flanco ou tentativas de chutar a barriga
Sintomas graves
- Falta de resposta a estímulos
- Frequência cardíaca elevada e respiração acelerada
- Desidratação severa
A identificação precoce dos sinais de cólica é crucial para garantir uma resposta rápida e adequada.
Tratamento da cólica equina
O tratamento varia conforme a gravidade do quadro. Em situações leves, medidas clínicas, como sondagem nasogástrica e uso de analgésicos, podem ser suficientes. Em casos severos, a cirurgia pode ser necessária. O anti-inflamatório flunixina meglumina é frequentemente utilizado para controlar a dor e a inflamação.
Prevenir a cólica requer manejo adequado, fornecimento de dieta balanceada e controle parasitário. Nos Estados Unidos, o impacto econômico da cólica pode superar a casa dos US$ 115 milhões. No Brasil, estima-se que 10% dos equinos sofram dessa condição em algum momento de suas vidas.
A prevenção, por meio de práticas de manejo eficazes, é essencial para minimizar a ocorrência de cólica equina. A intervenção veterinária imediata em casos suspeitos é fundamental para melhorar o prognóstico e reduzir as perdas econômicas e de vida animal.
Informações: Estadão