O café, essencial para muitos ao redor do mundo, começa sua jornada de maneira surpreendente: como uma fruta doce. Poucos sabem que essa bebida tão apreciada origina-se de um longo e minucioso processo agrícola. Este caminho, que envolve dedicação e conhecimento, é trilhado por produtores e torrefadores. Ao explorar esse universo, conhecemos detalhes fascinantes que contribuem para o sabor tão singular do café.
Em primeiro lugar, é importante destacar que o café pertence ao grupo das frutas não climatéricas. Isso significa que, após a colheita, não continua amadurecendo. Outros exemplos desse tipo de fruta incluem morango e uva. A planta do café tem um ciclo anual que dura cerca de oito meses.
Das flores, que desabrocham em setembro, até a maturação dos frutos em maio, a natureza segue seu curso. Durante a florada, podemos prever o volume da safra, pois cada flor corresponde a um fruto.
O processo de colheita e pós-colheita
O café, uma fruta doce, passa por um complexo processo para se tornar a bebida apreciada mundialmente. – Imagem: Freepik/Reprodução
No Brasil, devido à diversidade climática, as épocas de florada e colheita podem variar. Em algumas regiões, a colheita termina somente em dezembro. Após a colheita, os grãos precisam ser tratados com cuidado para garantir a qualidade final.
Em regiões como o Espírito Santo, predominam dois métodos de secagem: o natural e o cereja descascado. No método natural, o café seca com a casca intacta. Já no cereja descascado, a casca é removida, separando os grãos imaturos. Cada método tem suas vantagens e é escolhido conforme o objetivo do produtor e as condições regionais.
Secagem e armazenamento do café
Após a colheita, a secagem dos grãos pode durar entre 14 e 28 dias, até atingirem 11,5% de umidade. Esse nível é crucial para evitar a formação de fungos durante o armazenamento. Em grandes propriedades, o secador mecânico acelera o processo, finalizando em 12 a 24 horas.
Depois de tudo isso, o café chega ao torrador. Aqui, o mestre de torra desempenha um papel crucial, equilibrando tempo e temperatura para preservar as características únicas de cada lote. Essa etapa final é quase uma arte, garantindo que o esforço do produtor seja respeitado e que o consumidor desfrute do melhor café na xícara.
Com cada detalhe do processo, desde a colheita até a torrefação, percebemos o quão complexa é a jornada do café. Essa fruta doce, que se transforma em bebida, nos conecta às raízes da agricultura e à dedicação daqueles que tornam possível nosso ritual diário de apreciar um bom café.