Um avanço científico promissor pode revolucionar a produção de suplementos esportivos. Pesquisadores da Universidade de Zhejiang, na China, desenvolveram um método para gerar creatina por meio do cultivo de plantas.
A descoberta, publicada em 2 de agosto deste ano no renomado Journal of Agricultural and Food Chemistry, traz à tona a possibilidade de uma alternativa vegana e sustentável para a produção da substância.
O aumento na demanda por creatina, especialmente entre atletas e entusiastas de musculação, exige soluções inovadoras. Tradicionalmente, a creatina é obtida de fontes animais, como carne e peixe. O novo método aproveita a biologia sintética para transformar plantas em “biofábricas” da substância.
A iniciativa promete não apenas aumentar a produção, mas oferecer opções para consumidores veganos.
Planta que produz creatina: descoberta pode mudar tudo
A creatina é altamente valorizada por seus efeitos benéficos no desempenho físico. Ela auxilia no ganho de massa muscular e força, além de melhorar a resistência durante treinos intensos.
Embora esteja naturalmente presente no corpo humano, muitos recorrem a suplementos para otimizar os resultados, seja nos treinos ou em relação à concentração.
Pela primeira vez, pesquisadores conseguiram inserir com sucesso módulos sintéticos contendo sequências de DNA na nicotiana benthamiana, uma planta similar ao tabaco. Após três dias, o procedimento gerou 2,3 microgramas de creatina por grama de material vegetal.
O método, ainda em fase experimental, inclui também tentativas de produção de carnosina e taurina, outros nutrientes populares em suplementos. Nesses dois casos, o resultado foi o seguinte:
- Produção de carnosina: 18,3 microgramas por grama de folha, um aumento de 3,8 vezes.
- Produção de taurina: não teve o mesmo sucesso, sendo reduzida.
Nicotiana benthamiana (Foto: Bussakan Punlerdmatee/Shutterstock)
Os cientistas veem potencial para expandir esta técnica a outras plantas comestíveis, como frutas e vegetais. Tal processo pode viabilizar a produção sustentável de nutrientes complexos tipicamente encontrados em animais.
Futuras pesquisas podem consolidar as plantas como fontes viáveis e éticas de suplementos alimentares.