A Karomia gigas, pertencente à família Lamiaceae, é uma das árvores mais raras do mundo, encontrada apenas no Quênia e na Tanzânia. Essa planta, pouco conhecida até mesmo na literatura científica, intriga os botânicos devido à sua escassez e à iminente ameaça de extinção. Desde uma expedição em 2016, quando seis exemplares foram localizados na Tanzânia, os esforços de conservação se intensificaram.
As características imponentes da Karomia gigas, que pode alcançar quase 25 metros de altura, fazem dela uma árvore singular. No entanto, sua raridade é tamanha que ela não possui um nome comum em inglês, suaíli ou em outros idiomas locais. A planta sobrevive em pequenas populações, especialmente nas Reservas Florestais de Mitundumbea e Litipo, onde se insere no ecossistema de floresta de miombo.
Além das ameaças naturais, os fungos propagados por insetos representam um desafio adicional à sobrevivência desta espécie. Em 2018, uma coleta de sementes foi realizada na Tanzânia, resultando em centenas de sementes enviadas para St. Louis, nos Estados Unidos. Após um cuidadoso processo de germinação, 30 árvores jovens são hoje cultivadas, reforçando a esperança de preservação.
Karomia gigas (Foto: Reprodução/R7)
Esforços de cultivo no exterior
Os horticultores em St. Louis enfrentaram o desafio de reproduzir as condições naturais da Karomia gigas em estufas. Esse minucioso processo envolveu germinar sementes em toalhas de papel molhadas e, posteriormente, plantá-las em turfa. Atualmente, existem 30 árvores jovens e uma propagada por estacas, representando um passo vital na conservação da espécie.
Os especialistas acreditam que restam mais de vinte exemplares de Karomia gigas na natureza. As reservas que abrigam essas árvores estão localizadas em solos ricos em detritos de coral, remanescentes de antigos fundos oceânicos. Esses fatores tornam o estudo dessa espécie um desafio científico intrigante.
Apesar de protegida pelo governo da Tanzânia, a Karomia gigas continua a ser alvo de abates ilegais devido à valiosa madeira semelhante à teca. No entanto, um esforço conjunto entre botânicos, governo e a Universidade de Dar es Salaam visa compartilhar conhecimentos e garantir um futuro promissor para essa espécie ameaçada.