Os efeitos das queimadas e da seca no Brasil ultrapassaram o campo e atingiram diretamente o bolso do consumidor. Recentemente, a pesquisa da Neogrid revelou um aumento significativo nos preços dos produtos do agronegócio, com destaque para a picanha, que sofreu alta de 43,5%.
Este aumento ocorreu entre agosto e setembro de 2024, quando o preço do corte de carne passou de R$ 59,62 para R$ 85,56. A situação alarmante evidencia o impacto das condições climáticas adversas, pressionando ainda mais a economia doméstica.
Além da picanha, outros itens essenciais também foram afetados, ampliando a preocupação quanto à acessibilidade alimentar no país. Produtos como café, feijão, leite e açúcar registraram aumentos substanciais, refletindo a vulnerabilidade do agronegócio brasileiro.
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Impacto nas commodities
Cada produto essencial sofreu variações distintas, mas todas carregam o mesmo impacto: o encarecimento. O café, por exemplo, apresentou um aumento médio de 18% entre janeiro e agosto de 2024, agravado pela seca. Entre agosto e setembro, o café em grãos subiu 13,7%, enquanto o café em pó aumentou 14,4%.
O feijão também sentiu o peso das condições climáticas adversas. O feijão branco teve um aumento de 22,1%, saltando de R$ 15,87 para R$ 19,38 por quilo. Já o feijão preto registrou alta de 18%, passando de R$ 8,54 para R$ 10,08.
O segmento de laticínios não ficou imune às mudanças. O leite UHT integral teve uma elevação de 9,6%, com o preço do litro subindo de R$ 6,02 para R$ 6,60. Essa tendência reflete os desafios enfrentados pelos produtores rurais em meio à entressafra antecipada.
O que esperar?
Segundo a análise da Neogrid, a expectativa é que os custos de produção continuem a subir, caso as queimadas e a seca persistam.
E claro, essa pressão sobre os preços dos alimentos deve seguir impactando os consumidores, indicando um cenário desafiador para a economia familiar brasileira nos próximos anos.
De qualquer forma, espera-se que entidades privadas e governos unam forças para enfrentar a crise e restabelecer o poder de compra dos cidadãos.