Em mais uma impressionante demonstração de inovação no campo da biotecnologia, cientistas avançam rapidamente com a introdução de uma soja que apresenta características únicas, tanto no sabor quanto na aparência, similares às da carne suína.
A Moolec, uma startup dos Estados Unidos, tem atraído atenção por desenvolver uma soja geneticamente modificada que possibilita a integração do DNA de porco em seu núcleo. Essa abordagem promete revolucionar a produção de alimentos ao oferecer alternativas mais verossímeis à carne tradicional.
Com a nova tecnologia, a Moolec pretende extrair as proteínas suínas da soja para vendê-las a fabricantes de alimentos. A ideia é permitir a criação de produtos que imitam a carne de porco, mas sem a necessidade de abate de animais.
Segundo Gastón Paladini, CEO da empresa, a tecnologia desenvolvida replica, em plantas, processos naturais dos animais, oferecendo uma solução inovadora e sustentável.
Os métodos da engenharia genética
A técnica desenvolvida pela Moolec baseia-se na modificação genética da soja para que produza proteínas animais. O diretor de ciências da empresa, Amit Dhingra, explica que foram observadas as proteínas animais essenciais para textura e sabor.
O objetivo é criar uma agricultura molecular que seja mais acessível e ecoeficiente do que métodos tradicionais, como a carne cultivada em células.
Além disso, a empresa destaca que o processo é mais fácil de escalar em comparação com a fermentação de precisão, que exige infraestrutura complexa.
A Moolec, ao modificar apenas as sementes, aproveita a estrutura agrícola existente para cultivar as novas plantas, reduzindo custos e impacto ambiental.
Imagem: Moolec/divulgação
Impacto e importância da inovação
Atualmente, os Estados Unidos produzem 350 milhões de toneladas métricas de soja anualmente, grande parte utilizada como ração animal.
Com a introdução da “soja de porco“, espera-se reduzir a pressão sobre o desmatamento e o uso de terras, além de oferecer uma alternativa que agrade ao paladar dos consumidores de carne.
Outras startups também exploram essa abordagem. A Nobell, por exemplo, utiliza soja para criar proteínas lácteas para o mercado de queijos.
A Moolec, por sua vez, continua a expandir suas pesquisas para desenvolver proteínas de carne suína e bovina, aumentando assim a gama de alternativas sustentáveis.
O futuro da iniciativa
Recentemente, a Moolec demonstrou que sua plataforma, apelidada de “Piggy Sooy”, conseguiu produzir soja com até 26,6% de proteína suína. Esse resultado supera as expectativas iniciais e leva a empresa a planejar novos testes e a formulação de proteínas em pó para o mercado alimentício.
A visão de Paladini, que cresceu em uma família tradicional do setor de carne na América do Sul, é clara: encontrar soluções sustentáveis para a produção de proteínas animais.
Com produtos previstos para chegar ao mercado nos próximos anos, a Moolec acredita estar no caminho certo para transformar a indústria alimentícia e atender às demandas por produtos mais responsáveis ambientalmente.
* Com informações de Olhar Digital.