O debate sobre utilizar leite para fertilizar plantas ressurge constantemente, especialmente nas redes sociais. Algumas pessoas defendem seus benefícios milagrosos para a saúde das plantas. Contudo, há ceticismo quanto à eficácia dessa prática.
Embora muitas publicações nas redes sociais enalteçam o uso do leite como fertilizante, não é necessário ser botânico para questionar essa abordagem. James Wong, botânico renomado para o portal eCycle, sugere que devemos analisar criticamente essa prática antes de adotá-la.
O leite como fertilizante: o que diz a ciência?
A falta de estudos científicos bem documentados sobre o uso do leite para fertilizar plantas é notável. No entanto, uma experiência em 2002 por David Wetzel, no estado norte-americano de Nebraska, revelou que o leite desnatado tornou uma erva mais saudável. Esta observação levou a um estudo pela Universidade do Nebraska, sem publicação em revistas científicas.

O experimento deixou claro que o leite pode ter benefícios potenciais, como:
- Rico em proteínas, crucial para o azoto, elemento vital para folhas saudáveis;
- Contém fósforo e cálcio, essenciais para raízes e crescimento;
- Propriedades antifúngicas, útil contra doenças como o oídio.
Em comparação com fertilizantes convencionais, uma solução de leite desnatado, sem diluição, tem apenas 0,5% de azoto disponível, em comparação aos 15% dos fertilizantes líquidos convencionais.
O azoto do leite só se torna disponível após a decomposição por microrganismos, que podem não estar presentes em solos de vasos.
Desvantagens do uso do leite como fertilizante
Além do odor desagradável resultante da decomposição, o leite desnatado pode causar podridão em algumas plantas. Portanto, seu uso não é ideal para regar plantas diretamente.
Enquanto esse alimento comum contém nutrientes valiosos, sua eficácia como fertilizante é questionável. A prática não supera os fertilizantes convencionais e pode apresentar desvantagens significativas.
Afinal, usar ou não usar leite como adubo para as plantas? A decisão de usá-lo deve ser ponderada, considerando os riscos potenciais e a falta de comprovação científica robusta.