Os incêndios que atingiram o Brasil recentemente provocaram um impacto econômico significativo no setor agropecuário. Um levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) chamou a atenção para o valor de R$ 14,7 bilhões em prejuízos.
Este montante impressionante considera perdas na produção de bovinos de corte, na cana-de-açúcar e na qualidade do solo. Os incêndios, que atingiram 2,8 milhões de propriedades rurais, demandarão um esforço financeiro considerável dos produtores para a recuperação.
Os efeitos das queimadas se refletem na necessidade de reposição de matéria orgânica nas áreas afetadas e na queda na produtividade do rebanho.
Elementos essenciais do solo, como fósforo e potássio, também foram comprometidos, intensificando o desafio de recuperação para os agricultores.
Como as queimadas no país afetaram o setor do agronegócio – Imagem: Yngstrom/Shutterstock
Uma análise detalhada com dados do MapBiomas, do laboratório de geoprocessamento da Universidade de Goiás e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), permitiu estimar a área total afetada e os prejuízos por estado. São Paulo lidera essa lista, com perdas de R$ 2,8 bilhões.
Mato Grosso, Pará e Mato Grosso do Sul também figuram entre os mais impactados, com prejuízos de R$ 2,3 bilhões, R$ 2 bilhões e R$ 1,4 bilhão, respectivamente. Essas cifras revelam a extensão das perdas no agronegócio brasileiro e a necessidade de medidas eficazes de recuperação e prevenção.
Setores mais afetados
| Setores | Prejuízo (R$ bilhões) |
|---|---|
| Pastagem | 8,1 |
| Cercas | 2,8 |
| Produção de cana-de-açúcar | 2,7 |
| Outras culturas | 1,0 |
Debate sobre responsabilidades
O setor agropecuário encontra-se no centro de um debate sobre as responsabilidades pelos incêndios. Em nota, a CNA ressaltou que, embora invista em controle de queimadas, o setor é muitas vezes injustamente acusado como causador dos incêndios.
Relatos de produtores paulistas sugerem que os incêndios podem ser de origem criminosa. Além disso, o setor agropecuário é uma das principais fontes de gases de efeito estufa no Brasil, o que intensifica a discussão sobre suas práticas ambientais.
É fundamental um debate qualificado e a correta responsabilização dos culpados, evitando generalizações que prejudicam a imagem dos produtores rurais.
O agronegócio busca, assim, participar ativamente da construção de estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
