O sorgo ocupa uma posição de destaque no agronegócio mundial, sendo o quinto cereal mais produzido globalmente. No Brasil, a cultura é especialmente relevante, posicionando o país como o oitavo maior produtor mundial.
Essa importância, no entanto, traz consigo desafios significativos, como o combate a pragas e doenças.
Entre os principais inimigos do sorgo está o pulgão amarelo (Melanaphis sacchari), um inseto que vem provocando danos consideráveis nas lavouras brasileiras.
Também conhecido como pulgão da cana-de-açúcar, essa praga se destaca por sua capacidade de comprometer a produtividade agrícola.
As recentes safras evidenciaram a presença frequente do pulgão amarelo, levando pesquisadores e agricultores a buscar estratégias de manejo para mitigar seus efeitos.
Este artigo explora as características desse inseto e os métodos de controle mais eficazes para proteger a produção de sorgo.
Como identificar e estratégias para combater o pulgão amarelo – Imagem: Goodly Pixels/Shutterstock
Pulgão amarelo: identificação e características
O reconhecimento adequado do pulgão amarelo é essencial para um manejo eficaz.
Com apenas 1,5 mm de comprimento e coloração amarela pálida, esse pulgão se agrupa principalmente na parte inferior das folhas.
Em condições de superpopulação, algumas fêmeas desenvolvem asas, aumentando a dispersão.
Aspectos biológicos | Detalhes |
---|---|
Alimentação | Sugam a seiva das plantas. |
Danificação indireta | Vetores de vírus e formação de fumagina. |
Reprodução | Asexuada, gerando apenas fêmeas. |
Ciclo de vida | 5-7 dias como jovens; 22-24 dias como adultos. |
A infestação do pulgão amarelo pode ser devastadora. Suas excreções adocicadas atraem formigas e, ao escurecer, promovem a formação de fumagina.
Essa crosta impede a fotossíntese, resultando na perda de folhas e redução da produtividade.
Estratégias de combate e manejo
A primeira linha de defesa contra o pulgão amarelo é o monitoramento contínuo. Amostragens semanais, observando folhas no terço inferior da planta, são recomendadas pela Embrapa.
O nível de infestação é considerado crítico quando 20% das plantas estão acima da média de pulgões.
Embora não haja inseticidas registrados exclusivamente para o pulgão da cana-de-açúcar, produtos destinados a outras culturas podem ser eficazes.
Inseticidas sistêmicos e a utilização de pontas de aplicação adequadas são estratégias recomendadas. Paralelamente, o controle biológico, com a preservação de inimigos naturais, é crucial.
Por sua vez, o Tratamento de Sementes Industrial (TSI) é vital para reduzir a pressão de pragas e garantir um bom desenvolvimento das plantas. Esse método evita a entrada de novos patógenos, favorecendo a saúde da lavoura desde o início.
A luta contra o pulgão amarelo no sorgo exige um manejo integrado de pragas que combine monitoramento, métodos químicos e biológicos.
O sucesso nessa empreitada não apenas protege a produtividade, mas também assegura a sustentabilidade da cultura de sorgo no Brasil.