O cenário agrícola brasileiro vive um momento de desafios relacionados aos custos de produção, especialmente de fertilizantes, que continuam com preços elevados e afetam a rentabilidade dos produtores. Diante dessas dificuldades, os produtores adotam estratégias para mitigar gastos.
Dependendo da importação, principalmente da Rússia, o Brasil enfrenta oscilações no mercado internacional que impactam diretamente nas despesas no campo. Além dos insumos agrícolas, a energia elétrica representa um peso significativo nos custos produtivos.
Em Araçoiaba da Serra, o produtor Josuel de Moraes ajustou suas finanças ao adquirir insumos à vista e reduzir a adubação em 30%. Já Marcelo Góes, em Itapetininga, enfrenta um aumento de 180% no preço dos fertilizantes.
Com a queda nos preços de painéis fotovoltaicos, a energia solar tem se tornado uma alternativa atraente para os produtores rurais. A redução de 40% nos custos dos painéis em 2023 favorece essa transição energética e a diminuição dos gastos no setor.
Estratégias para reduzir custos produtivos
Algumas estratégias para cortar as despesas com a produção incluem a compra antecipada de insumos e o uso de defensivos biológicos. Além disso, a energia solar se apresenta como uma opção viável e econômica para muitos produtores.
Insumos adquiridos com antecedência
Produtores como Josuel de Moraes, em Araçoiaba da Serra, e Marcelo Góes, em Itapetininga, têm optado por comprar insumos antecipadamente.
Essa estratégia visa mitigar o impacto da alta dos preços, que subiram cerca de 180% nos fertilizantes em comparação a 2021.
Uso racional de fertilizantes
Diminuir a quantidade de adubo utilizado também foi uma medida adotada. Josuel, por exemplo, reduziu em 30% a adubação em sua lavoura, o que ajudou a controlar os custos sem comprometer significativamente a produtividade.
Energia solar: uma solução viável
Em 2023, o custo dos painéis solares caiu 40%, tornando a instalação de usinas fotovoltaicas uma alternativa ainda mais atrativa para os produtores. No Paraná, essa opção tem sido amplamente adotada.
No Paraná, o uso de energias renováveis no campo cresceu significativamente. De 47 usinas em 2017, o número saltou para mais de 31,5 mil em 2023. Entre as vantagens, destaca-se a economia na conta de luz, como relata Edmilson Luís Geisel, que investiu em usinas solares.
A consultoria Infolink projeta um aumento de até 20% na implantação de usinas solares devido à queda nos preços. Só no estado paranaense, a procura por financiamento por meio do programa RenovaPR cresceu 35% no primeiro trimestre de 2024.
A instalação de usinas solares não só reduz custos operacionais, mas também contribui para a sustentabilidade do negócio agrícola. Esse investimento é considerado essencial para manter a competitividade no mercado atual.