O cultivo de milho no Brasil enfrenta desafios consideráveis devido ao surgimento de doenças. Entre as principais ameaças estão a mancha-de-bipolaris, a podridão de diplodia e a ferrugem. Cada uma delas apresenta especificidades distintas, afetando o rendimento agrícola.
A mancha-de-bipolaris, causada pelo fungo Bipolaris maydis, é uma das doenças mais relevantes no cultivo do milho. As condições climáticas brasileiras favorecem seu surgimento, especialmente em temperaturas que variam de 20 °C a 32 °C, associadas a elevada umidade.
Prevenir e manejar eficientemente essa doença é crucial para garantir safras saudáveis e produtivas. Veja quais são as características da mancha-de-bipolaris, bem como as estratégias de manejo e os impactos nas safras recentes.
O fungo causa manchas na folhagem do milharal e pode ser prejudicial a safra. – Imagem: biomatrix/reprodução
Causas e sintomas da mancha-de-bipolaris
O fungo Bipolaris maydis possui duas raças principais: a T, que causou grandes prejuízos até os anos 70, e a O, predominante hoje. Esta última ocorre nas regiões produtoras durante a fase vegetativa do milho.
A doença é identificada a partir de pontuações claras e oblongas nas folhas da planta, evoluindo para lesões mais graves. A disseminação se dá principalmente por restos culturais, ventos e sementes infectadas.
Impactos nas safras recentes
Apesar de anteriormente menos relevante, a mancha-de-bipolaris se tornou foco das discussões de manejo nas últimas três safras. A doença afeta a taxa de transmissão de fotoassimilados, comprometendo o peso e a massa específica dos grãos.
| Situação | Redução no peso |
|---|---|
| Planta Saudável | 0% |
| Planta Infectada | 17% a 26% |
Estratégias de manejo
Para controlar a mancha-de-bipolaris, adota-se estratégias que incluem a resistência genética e a rotação de culturas. O uso de fungicidas também é uma técnica importante, devendo ser aplicado até o pré-pendão.
- Posicionar híbridos de menor sensibilidade na janela de plantio ideal.
- Realizar manejo químico com até três aplicações.
- Combinar híbridos de acordo com a região.
Respeitar o posicionamento dos híbridos conforme a região é vital para o sucesso na gestão dessa doença. As intervenções químicas precoces são determinantes para inibir o progresso do patógeno.
Deste modo, o manejo adequado da mancha-de-bipolaris é fundamental para minimizar perdas e garantir a produtividade do milho.
Combinando resistência genética, técnicas culturais e o uso estratégico de fungicidas, é possível controlar essa doença de maneira eficaz.
