A Petrobras anunciou um significativo passo em direção à revitalização de sua participação no setor de fertilizantes. Após quase uma década de inatividade, a estatal aprovou a continuidade da construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III) em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.
Com um investimento de R$ 3,5 bilhões, a decisão visa fortalecer o segmento, que anteriormente era considerado pouco promissor. O Conselho de Administração da Petrobras tomou essa decisão no último mês de agosto, seguindo as diretrizes do governo federal.
A UFN-III foi avaliada e considerada economicamente viável, conforme informações divulgadas pela empresa. No entanto, a retomada das obras não será imediata, mas sim parte de um meticuloso plano de execução.
A planta de Três Lagoas surge como uma peça-chave na estratégia da Petrobras. A localização estratégica, próxima aos grandes mercados do Centro-Oeste, Sul e Sudeste, reflete a importância do projeto no panorama econômico nacional. A unidade utilizará gás natural e água como principais insumos, assegurando altos padrões de segurança.
Petrobras planeja investimento bilionário para retomada da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III – Imagem: Saulo Ferreira Angelo/Shutterstock
Planejamento e investimento
A reanálise da viabilidade econômica foi um passo crucial para garantir o sucesso do projeto. O gerente-geral de Programas de Investimentos da Petrobras, Wilson Guilherme da Silva, explicou que o orçamento inclui R$ 3,5 bilhões para a conclusão da obra.
Ainda em novembro, o processo licitatório para a escolha das empresas responsáveis será iniciado, priorizando a contratação de companhias nacionais.
Histórico da UFN-III
A construção da UFN-III teve início em 2011, mas foi paralisada em 2014 por problemas de desempenho do consórcio Galvão Engenharia e Sinopec.
Apesar disso, a Petrobras manteve os esforços de preservação da unidade ao longo de dez anos, com 81% da construção concluída e R$ 3,9 bilhões investidos até então.
Capacidade e produção
Com previsão de início das operações em 2028, a UFN-III terá capacidade de produzir anualmente cerca de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia.
A ureia é amplamente utilizada no cultivo de milho no Brasil, além de outras culturas e na pecuária. Já a amônia é um componente essencial na produção de fertilizantes e produtos petroquímicos.
Impacto no mercado nacional
O Brasil é um dos maiores importadores de fertilizantes do mundo. A reativação da fábrica em Três Lagoas poderá reduzir a dependência externa e impulsionar a agricultura nacional.
Os agricultores brasileiros poderão contar com uma oferta mais estável e competitiva de fertilizantes nitrogenados, essenciais para a produtividade agrícola.
A Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III, ao entrar em operação, promete não apenas fortalecer a capacidade produtiva nacional, mas também gerar empregos e desenvolvimento econômico para a região.
A estratégica localização da planta, aliada ao potencial produtivo, faz do projeto uma aposta promissora para o futuro do setor agrícola no país.