A alimentação humana está prestes a sofrer uma revolução. Pesquisadores da Universidade de York, localizada no Reino Unido, preveem que em 30 anos a carne de laboratório e os insetos serão ingredientes comuns à mesa. Esse avanço visa atender à demanda crescente por proteínas de forma sustentável.
Na busca por alternativas alimentares, cientistas destacam que o consumo de proteínas é essencial para uma dieta equilibrada. Contudo, as fontes tradicionais estão cada vez mais sob pressão.
Nesse contexto, a carne cultivada em laboratório e insetos como grilos e gafanhotos ganham relevância.
Estudo prevê alimentação do futuro baseada em laboratório até 2054 – Imagem: AnnaStills/Shutterstock
O papel das proteínas alternativas
A pesquisa indica que, até 2054, essas fontes alternativas de proteína se tornarão a base alimentar da humanidade. De acordo com o professor Bob Doherty, houve avanços significativos nos últimos 30 anos no desenvolvimento de produtos sustentáveis. Ingredientes derivados de plantas e tecidos animais estão entre as opções.
As alterações climáticas são um dos fatores que impulsionam a busca por novas fontes de proteínas. A pesquisa entrevistou 70 mil pessoas, das quais 72% expressaram preocupação com o impacto ambiental da produção tradicional de alimentos. Isso reforça a necessidade de inovações.
Sustentabilidade e valor nutricional
Carne de laboratório oferece uma alternativa à pecuária convencional, reduzindo as emissões de gases e a utilização de recursos naturais. Dados da FAO revelam que a produção pecuária é responsável por uma significativa parcela das emissões de metano, óxido nitroso e dióxido de carbono.
- 44% metano;
- 29% óxido nitroso;
- 27% dióxido de carbono.
Os insetos também se destacam pelo seu valor nutricional, oferecendo energia, gordura, proteína e fibras. Podem ser fontes de micronutrientes essenciais, como zinco, cálcio e ferro, dependendo da espécie consumida.
Em um cenário de mudanças climáticas persistentes, o professor Doherty ressalta a necessidade de abraçar inovações.
A produção local de alimentos também sofrerá transformações para alimentar de maneira sustentável uma população mundial em crescimento.