A agricultura, essencial para a subsistência humana, é também uma das maiores fontes de emissão de gases de efeito estufa (GEE). No entanto, essa realidade pode ser transformada.
A pegada de carbono, indicador que estima o volume de GEE emitido, é uma ferramenta poderosa para entender e mitigar esses impactos.
Calculando essa pegada, os agricultores podem adotar práticas sustentáveis que não apenas reduzem as emissões, mas também promovem a saúde do solo e a biodiversidade.
Explorar o conceito da pegada de carbono é crucial. Criado pelos pesquisadores William Rees e Mathis Wackernagel na década de 1990, este conceito visava inicialmente medir o excesso de dióxido de carbono (CO2).
Com o tempo, sua abrangência se expandiu para incluir outros gases nocivos, como o metano e óxidos de nitrogênio. Hoje, é reconhecido como um passo vital para enfrentar as mudanças climáticas.
Agricultura pode reduzir emissões de GEE com práticas sustentáveis e cálculo da pegada de carbono. – Imagem: Freepik/Reprodução
Calculando a pegada de carbono na agricultura
Para um agricultor, compreender sua pegada de carbono é o primeiro passo para implementar mudanças significativas. Isso envolve a identificação das principais fontes de emissão na fazenda, como fertilizantes e maquinário. A partir daí, é possível calcular a quantidade de GEE produzida em cada etapa do processo agrícola.
A coleta de dados precisa é imperativa para este cálculo. Todos os insumos utilizados, desde a produção até a logística, devem ser considerados.
No Brasil, ferramentas como a Footprint PRO Carbono, desenvolvida pela Bayer e Embrapa, são fundamentais. Esta calculadora é adaptada às especificidades da agricultura em regiões tropicais e subtropicais.
Estratégias para reduzir a pegada de carbono
Não basta apenas medir; é essencial agir. Combinar diferentes práticas sustentáveis auxilia na neutralização do carbono na produção agrícola. Entre as ações recomendadas estão:
- Plantio direto;
- Integração lavoura-pecuária;
- Manejo Integrado de Pragas (MIP);
- Culturas de cobertura;
- Recuperação de áreas degradadas;
- Reflorestamento;
- Sistemas de irrigação eficientes;
- Uso de bioenergia e energias renováveis.
Além disso, a gestão eficiente de resíduos e o uso de ferramentas digitais, como o Climate FieldView da Bayer, facilitam o processo. Essas práticas não apenas melhoram a saúde do solo e a produtividade, mas também abrem portas para o mercado de carbono e alinham os produtores com as demandas ambientais globais.
Sendo assim, a agricultura tem o potencial de se tornar uma aliada no combate às mudanças climáticas. Com a adoção de práticas sustentáveis e o uso de tecnologias modernas, os produtores podem garantir uma produção agrícola sustentável, aumentar sua competitividade no mercado e contribuir para um futuro mais verde e saudável.