A comercialização de azeites adulterados no Brasil atingiu níveis alarmantes no primeiro semestre de 2024, com apreensões que ultrapassaram o total de 2023. No último dia 24 de setembro, a Anvisa interditou a venda de duas marcas, Serrano e Cordilheira, que não possuíam CNPJ.
Segundo o Ministério da Agricultura, o azeite é o segundo produto mais falsificado no país, ficando atrás apenas dos pescados. Essa prática tem exposto os consumidores a produtos de qualidade duvidosa e possíveis riscos à saúde.
Principais adulterações encontradas
Os fiscais frequentemente detectam a presença de óleo de soja puro ou misturado com azeite verdadeiro em frascos fraudados. Além disso, corantes e aromatizantes não autorizados são comumente adicionados, comprometendo ainda mais a segurança do produto.
O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) revelou que muitas dessas adulterações ocorrem em fábricas clandestinas, que não seguem as normas sanitárias vigentes. Essas condições inadequadas de higiene aumentam os riscos para o consumidor.
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Quais são os tipos de azeite?
- Extravirgem
Produzido com azeitonas em excelente estado, tem acidez menor que 0,8% e ausência de defeitos sensoriais. Predominam atributos de frutado, amargo e picante.
- Virgem
De qualidade intermediária, provém de frutos de boa qualidade, mas com algum estágio de oxidação, apresentando acidez menor que 2% e defeitos sensoriais não muito intensos.
- Lampante
Com acidez maior que 2%, é inadequado para consumo humano, geralmente feito de azeitonas de qualidade inferior. Predominam defeitos sensoriais significativos.
- Tipo único
Derivado da mistura com azeite refinado, tem aromas e defeitos diluídos, sendo indicado para frituras. Não é avaliado sensorialmente.
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O que está acontecendo com os azeites?
A Anvisa proibiu a venda dos azeites das marcas Serrano e Cordilheira devido à importação e distribuição por empresas sem CNPJ. Embora não tenha sido confirmada adulteração nos produtos, a falta de identificação das origens levanta dúvidas sobre sua segurança e qualidade.
Essa proibição visa facilitar a atuação dos órgãos de vigilância sanitária e proteção ao consumidor, permitindo a apreensão dos produtos questionáveis.
O Ministério da Agricultura e Pecuária relatou a apreensão de mais de 97 mil litros de azeite fraudado no primeiro semestre de 2024, superando os 82.986 mil litros apreendidos durante todo o ano de 2023. Esse aumento acende um alerta sobre a gravidade da situação.
Diante destes números, a crescente apreensão de azeites adulterados no Brasil evidencia um problema sério que necessita de medidas rigorosas e contínuas para garantir a segurança alimentar dos consumidores. A colaboração entre órgãos reguladores e a conscientização pública são essenciais para combater essa prática ilegal.